Tipo 1
Este é tipo de pontada abdominal mais conhecida e frequente, e corresponde a uma insuficiência circulatória aguda. Costuma ocorrer quando o coração não consegue desempenhar completamente a sua tarefa de bomba aspirante face ao esforço físico que lhe é exigido. Assim, o sangue venoso bloqueia ao nível do fígado, ou seja, no lado direito do abdómen, ou no baço, no lado esquerdo. A partir do momento em que esses orgãos ficam congestionados, começa-se a sentir dores.É esta a famosa “Dor de burro” que, quase sempre, ataca todos os jovens nas suas primeiras corridas. Costuma também atacar os novos amantes da corrida que ainda não estão suficientemente treinados em endurance. Pode ainda atacar os corredores bem treinados, mas que correm em competição, indo além das suas possibilidades físicas nesse momento.
Por vezes, essas pontadas também aparecem logo no início das corridas, o que se deve a um mau aquecimento, relativamente ao esforço que o corredor vai efectuar. Nestes casos, o que acontece é que o coração não foi acelerado de modo a assegurar o débito sanguíneo exigido por esse mesmo esforço, o que leva a que em plena corrida, vítima desta pontada, o atleta seja obrigado a diminuir o seu andamento.
Assim, para prevenir este estado, o ideal é um treino bem conduzido em que se imponha um ritmo de corrida de acordo com as possibilidades de cada um e também de acordo com o grau de treino já efectuado.
Tipo 2
O segundo tipo de pontada abdominal dá-se devido a uma dor muscular ou tendinosa dos abdominais ou do diafragma. Esta dor costuma ocorrer ao fim de um certo tempo de corrida e muitas vezes sem ter qualquer relação com o andamento aplicado. Pode tratar-se de uma dor inflamatória, de uma tendinite ou de uma velha cicatriz de lesões musculares, que é devida a um acidente sanguíneo.Costuma ocorrer em corredores que têm por hábito efectuar um tipo de ginástica abdominal incorrecta. Como é sabido, os músculos abdominais exercem uma acção fundamental na corrida pois suportam as vísceras abdominais e desempenham uma acção vital no mecanismo respiratório. Daí a necessidade de os desenvolver correctamente. No entanto, é bom evitar musculá-los numa posição incorrecta ou numa contracção bastante prolongada, sendo que a musculação estática favorece as lesões das diferentes componentes músculo-tendinosas.
A melhor forma de curar este tipo de pontadas abdominais é através de uma completa interrupção da ginástica abdominal durante um período que pode variar entre um a dois meses. Após essa paragem, deve-se passar a um cauteloso programa de musculação dinâmica, que deve ser executado em diferentes séries curtas e de uma forma progressiva e tecnicamente correcta.
Tipo 3
O terceiro caso típico de “Dor de Burro” é de origem é digestiva. Para a digestão se realizar, é necessário que se dê um afluxo sanguíneo ao nível do abdómen, o que acaba por favorecer a congestão dos orgãos abdominais. Este tipo de pontada abdominal aparece com frequência nos corredores que não respeitam a regra das 4 horas que a última grande refeição anterior à corrida exige. De fato, é preciso que passem cerca de 3 a 4 horas para que uma refeição normal seja bem digerida e enquanto essa digestão ainda não se realizou, podem aparecer as dores abdominais.Esta dor ainda aparecer sob a forma de uma dor de origem intestinal, motivada pelo excesso na ingestão de féculas ou de carnes. Para as evitar, será bom tentar seguir uma dieta equilibrada, não excluindo, mesmo assim, o regime hiperglúcido entre dois a três dias antes de uma corrida importante.
Fonte:www.emforma.net
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